PARA MINHA MÃE
(Maria Paraguassu)
Escutei-te a voz,
Quando ainda nada entendia.
De onde estava, sentia teu amor
A me abençoar e a conversar
comigo.
Era uma voz tão doce e tão meiga,
Que me deixava à vontade
Para crescer e fazer peripécias
Dentro de ti.
Foi um período tão bom,
Quando não sentia fome nem frio.
Tu me aquecias e me alimentavas
Com a seiva doce e gostosa do teu
ventre.
Depois, nasci.
E teu amor cresceu mais ainda.
Colhia-me em teus braços e
Beijava-me o rosto e os cabelos.
Como me senti amada. Desde
sempre.
Hoje, sou eu que te beijo e te
venero.
Velhinha, doente e cansada,
Trazes na face, ainda, o mesmo
olhar.
E quando te olho, sinto o amor
Crescer e derramar-se em meu
peito.
E compreendo e aceito teu medo de
ir embora
E deixar-me, depois de tanto
tempo juntas.
E nossos olhares se encontram e
Eu escondo o pranto que teima em
cair,
Para que tu não percebas a
saudade imensa
Que eu sinto do tempo que estava
dentro de ti.
Juro-te que daria qualquer coisa,
Para ter-te novamente, jovem e
bela,
A beijar meu rosto e meus cabelos
E a dizer-me do grande amor que
tinhas por mim.
Deixa-me olhar nos teus olhos e
Dizer-te que amor nenhum é igual
ou maior
Que o amor de uma mãe por seus
filhos.
Beijo teu rosto e teus cabelos,
mãe amada.
Quero, com este poema, felicitar
e abraçar a todas as minhas amigas e seguidoras que são mães, pelo Dia das
Mães.
Feliz Dia das Mães!